quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Hispanidade e Bioy Casares

Don Quixote, de Gustave Doré: Livro de Cervantes é o maior representante da 
Literatura de Língua Espanhola de todos os tempos

Hispanidade, segundo a Wikipedia, “é a comunidade dada forma por todos os povos e as nações que compartilham da língua e da cultura espanholas”; a data de comemoração da Hispanidade é dia 12 (ou seja, hoje). Nós, falantes da Língua Portuguesa, temos que dar o braço a torcer para aqueles que dizem que a Literatura de Língua Espanhola é mais relevante que a nossa: ela realmente é. Mesmo nomes grandes da nossa Literatura, como Camões e Fernando Pessoa, são (infelizmente) realmente conhecidos apenas nos países falantes do Português. Já Cervantes, García Marquez e Borges são lidos no mundo todo.

Não vou propor aqui teorias para explicar esse fato, e nem sei se é relevante discuti-lo, ao menos não hoje. Prefiro compartilhar um pouco dessa literatura com os (poucos) leitores do blog. Trata-se de um escritor argentino que, ainda que não conste entre os grandes clássicos, escreveu livros instigantes e de um tipo que não costumamos encontrar na Literatura latino-americana: fantasia, ficção-científica e policial. Trata-se de Adolfo Bioy Casares. Ainda me valendo da Wikipedia, a “narrativa de Adolfo Bioy Casares criou um mundo de ambientes fantásticos regidos por uma lógica peculiar e marcados por um realismo de grande verossimilhança”. Foi ainda amigo de Borges e chegou a escrever bastante com ele – seu nome consta, aliás, em alguns de seus contos (de Borges), como personagem.


Um de seus livros mais famosos, talvez o mais interessante, seja La invención de Morel, que conta a história de um homem que foge para uma ilha dita deserta, na qual ele mais tarde encontra aparições que sugerem fantasmas e acontecimentos que testam sua sanidade. Trata-se, segundo Borges, de um livro “perfeito”, no sentido que cumpre exatamente o que se propôe a fazer: causar o assombro do leitor.

Vários dos seus livros já foram publicados no Brasil, e são uma ótima pedida para quem se interessa pelo gênero, quando é bem executado, e especialmente por contos. Além disso, quem sente um certo vazio depois de ter lido tudo que há de Borges pode encontrar ainda um pouco do sentimento perdido nos livros de Bioy; no entanto, esse não é o único motivo para se ler seus livros, já que eles tem méritos próprios e são merecedores de atenção por suas próprias qualidades.

Um comentário:

Priscila Faria disse...

Casares, Cortazar e o mestre impar Luis Borges são um trio magnifico, sorte a da Argentina, que conta com esses deuses do olimpo, para falar verdade a literatura portuguesa não chega aos pés da castelhana, principalmente deste trio unico da literatura, para quem acha que ler machado de Assis e fernando pessoa é complexo não pode ler Borges jamais!

Abraço!